quinta-feira, maio 17, 2007
O mim…
é o mais estranho dos meus lugares.
eu secundário, desembainha frases póstumas…
é a descida que se veste vertiginosa
esconde o cascalho da frente para deslizar mais depressa…
Inquilino de mundos áridos
que desconhece os milagres contíguos ao aparecimento da palavra…
é sobretudo a prisão que ganha asas
depois de pronunciada em voz alta…
A mais peculiar das promessas que nos são feitas,
toca na mais profunda incerteza…
ferve poções mágicas
a reboque de aromas caleidoscópicos,
Para sempre refúgio da indecisão incompleta,
trono da mais nobre redundância,
o mim…
antecâmara do eu, versão ilimitada…
amanhecer despenteado,
passagem de nível sem guarda
do seu trânsito intestinal…
O mais sonolento dos lugares…
Evapora as florestas grávidas de orvalho,
engasga-se num dialecto provinciano
e germina antes de ser plantado.
Texto: Paulo Dias
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