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Este corpo impermeável à agua não tem reserva de sentimentos. É irreal, por isso tenta sentir o elemento fundamental da existência, a lágrima. Não chora, logo não existe, apesar de pensar nisso. Por não saber onde a encontrar, abre a torneira. A empatia não vem, o barulho corrente não a traz. A àgua nascente só por si nada provoca. A impermeabilidade é a chave do prazer. O corpo exibe a humidade liquída. O que dizer de pulmões molhados, ou de um coração alagado? Certamente que evitariam o prazer, seriam desagradáveis. O prazer impermeável é o príncipio da existência; este corpo continua impermeável e é por isso que sobrevive, ainda que molhado.
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