O que me dói é a dor de não a ter
e de vez em quando a coisa é só por si
breve, rala, escovada.
Bem penteada, patenteada.
Com um travo félico de arranjo
turvo.
Mas nem toda a dor tem vestidos em segunda mão
às vezes aperalta-se e antecipa a estação
corre desenfreada pelo sorriso das montras
e cola-se às paredes como se estivesse em saldo.
A dor é consumista.
gasta-me de propósito, à semelhança do dinheiro
que oferece.
E depois troca-se por outra dor qualquer.
A dor é dependente dela, mas não é região autónoma
é apenas satélite bélico...
(to be continued)
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