Não é por abrirem diáriamente com notícias de assaltos e homicídios que vou passar a ter medo das pessoas. Não me vencem pela exaustão nem controlam o meu espírito. Por mim podem continuar a tentar, Não Vencerão.
A toda esta celeuma criada pela repetição destas notícias eu chamo de irresponsabilidade. Deve servir os interesses de alguém. É o negócio da (in)segurança a entrar pelos nossos lares a dentro, à semelhança de uma invasão domiciliária. Cria-se um problema e arranja-se uma solução. Nestes casos é a supressão das liberdades individuais com o pretexto da necessidade de haver mais segurança. E com esse pretexto vem mais policiamento nas ruas, mais rusgas, mais apreensões, mais operações Stop, mais bofetadas e pontapés em todos aqueles que já são esquecidos pela sociedade, em suma, mais ilusão de segurança a legitimar a necessidade de segurança. Tudo começa com um evento, neste caso um tiroteio entre duas"etnias" diferentes, uma africana, contentor desse continente longinquo e uniforme que é Àfrica, viveiro de pessoas ignorantes, violentas e que passam a vida toda a roubar e a molestar a existência pacífica deste povo de brandos costumes; a outra cigana, bode expiatório preferido da xenofobia europeia, povo que não respeita nada nem ninguém e por isso merece ser enxovalhado e discriminado; depois o assalto a um banco vivido ao vivo, transmitido em directo para toda a nação ver, indignada, tecendo comentários nos cafés, à volta das mesas, regadas de lugares comuns que trepam pela boca dos repórteres que cobrem o evento, tudo isto por culpa de "dois brasileiros" que fazem reféns e que reforçam todas as ideias prévias que nos são inculcadas à martelada sobre este povo, normalmente trapaceiro e criminoso. A seguir temos um carro blindado que é mandado pelos ares com explosivos vindos de "fora, do estrangeiro", indiciando a participação de uma quadrilha sediada fora de Portugal, talvez com ligações à máfia russa. A estes rostos invisíveis dão-se caras e proveniências. Aos que são originários de Portugal, resta o silêncio, o abstracto. Dois homens, dois indivíduos, duas pessoas, dois jovens. Fica assim ao critério do receptor colorir as peças que faltam propositadamente e dar-lhe a cara que se pensa ser a cara normal do crime, o rosto do estilo de vida criminal. A isto tudo eu digo basta; chega de sermos invisuais, chegou o minuto de começarmos a questionar toda esta parcialidade sem sentido nenhum. Crimes existem todos os dias, como sempre existiram como sempre irão existir. Não existem grandes dúvidas sobre isso. As estatísticas dizem que o crime chamado violento está a aumentar. Então e a violência doméstica, as violações? Não são notícia? Porque que é que não abrem jornais com noticias de espancamentos domiciliários ou não põe reporteres à porta de uma casa onde a violência acabou de acontecer, ainda fresquinha? Os números não contemplam caras, nem contextos. Raramente se fala das causas que podem estar na presidência de eventos destes. E as coisas boas, positivas? Não são informação, não são notícia. O sorriso das coisas boas não mete medo, não nos faz comprar alarmes nem armas nem condomínios privados. Médicos salvam vidas todos os dias, pessoas ajudam outras a troco de nada, todos os dias, várias vezes ao dia, são feitos avanços na ciência todos os dias, o pólo positivo também está vivo. Mas isso não é notícia. Gostava que estivesse um repórter munido de um microfone na mão, orgulhoso por estar a cobrir a bondade, a fazer dela notícia, todos os dias, como fazem com o crime. Equilibrem a balança. O pólo positivo também está vivo, e para perceber isso é preciso não ter medo do próximo. Mas isso não é notícia, e o que não é notícia pura e simplesmente não acontece. Estou cansado de tanta irresponsabilidade por parte de um sector que tem uma responsabilidade enorme, decisiva. São muitas vezes os olhos de quem não vê, os cães guia da população que não tem tempo ou paciência para pensar pela sua própria cabeça. Por isso deixo um recado aos media, principalmente aos televisivos, por terem uma maior audiência: Não ajam como se fossem meros porta vozes da realidade, como se sair à rua fosse um risco para a nossa integridade física. Sejam francos e assumam que são porta estandartes corporativistas de uma realidade parcial que interessa por vezes esconder ou por outras amplificar. Sejam jornalistas a sério e tenham principios. E por favor parem de tratar as pessoas como se fossem burras. Porque nem toda a gente tem preguiça de pensar.
domingo, agosto 31, 2008
sábado, agosto 30, 2008
Momentâneo
Basta um momento para que a vida mude. A isso chama-se ou morte ou epifanias. Neste caso não é nenhuma delas por ser simplesmente um acidente.
terça-feira, agosto 26, 2008
A naftalina do silêncio
Ter um blogue e não ter nada para escrever é o derradeiro dilema de quem acha que tem algo para dizer ao mundo de realmente importante. O silêncio vestido desta maneira cheira a naftalina. Pareço um quadro incontornável pronto a sair cá para fora, mas porque é agosto e somos todos silly, necessita das primeiras chuvadas outonais para ser fértil.
Talvez seja o branco do fundo que me faz ter um bloqueio de escrita, talvez seja a semelhança da cor com um lençol acamado que me enche a veia literária de torpor. Ou talvez não seja nada disto e por não ser nada disto já estou a escrever outra vez.
Talvez seja o branco do fundo que me faz ter um bloqueio de escrita, talvez seja a semelhança da cor com um lençol acamado que me enche a veia literária de torpor. Ou talvez não seja nada disto e por não ser nada disto já estou a escrever outra vez.
Lego Star Wars
A minha silly season está à beira da reentré.
Por enquanto é tempo de ir mantendo a coisa a girar com uns toques de entretenimento.
sábado, agosto 16, 2008
Transformers Episode 1
Quem me conhece sabe que eu ando sempre a dizer "enerjon cubes"..aqui está o grande clássico...o primeiro episódio dos Transformers...lá mais para o fim vê-se o soundwave a sacar uns enerjon cubes..lindo!
Knight Rider TV intro Theme
Esta música é excelente, belo groove.
Hoje vou só por clássicos incontornáveis...quem não se lembra das tardes de domingo a ver isto?
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