quarta-feira, setembro 17, 2008

Sobre o Deus que não se sabe se existe

"... se eu pudesse pelo menos reconhecê-lo e convidá-lo para uma conversa calma, falar de como estou longe de qualquer ideia triunfante encomendada para me entreter; poder questionar se algum dia ele pensou que a cortina de ilusão duraria para sempre e no caso da humanidade acordar, que tipo de estratégia alternativa tinha em mente… a ausência dele reveste-se, indecisa, de um significado nunca antes visto; o milagre da solidão que enquanto o diabo nos esfrega os olhos alastra e toma proporções consideráveis fez-me finalmente acordar para todo este véu enfumarado que separa os saudáveis fumadores da vida, os verdadeiros sábios que se vão matando aos poucos, voluntáriamente e apesar de todos os avisos, dos outros que pensam que a abstinência potável e a conformidade às regras pré-existentes é a melhor droga ( que a paz esteja com ele+s)…"


Texto: Excerto de "A cortina de fumo" de Paulo Dias

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