segunda-feira, abril 23, 2007

tapete voador


CRÓNICA DE UM AMANHECER BANALIZANTE: por estes dias cheios de estímulos à actividade entro em oposição...faço sempre o roteiro sonhado previamente; acordo, vejo as notícias da manhã, de vez em quando sou surpreendido com novidades de uma sociedade perita em amamentar monstros sociopatas....penso mais uma vez que devia ir ao cinema e combater a minha narcolepsia recentemente auto-diagnosticada; até calha bem, o Indie está aí, ao virar da esquina da avenida de Roma com a outra, na mais recente Meca dos festivais de cinema lisboetas...ganho confiança ao abrir a porta...sinto o tapete a seguir-me para todo o lado, refrescando a memória da sua recente ausência... vou até ao sitio onde vou, sempre em carruagens lentas, num transporte vedado, imerso no escuro barulho da fricção metálica...a acústica da esmola que desvia o meu olhar em direcção a uma estranha vergonha...o regresso a casa após o cansaço...a não ida sistemática ao cinema..o prato pré-aquecido a transbordar de jantar...a velha e bisonha solitude... é verdade, foi-me tirado o mesmo tapete que por vezes subtraio a outros como eu...

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